14 de março de 2015

Professor Hermógenes, precursor da ioga no Brasil, morre no Rio

José Hermógenes de Andrade Filho tinha 94 anos.
Ele escreveu mais de 30 livros traduzidos em vários idiomas.

14/03/2015 - Morreu na sexta-feira (13) no Rio de Janeiro, aos 94 anos, José Hermógenes de Andrade Filho, conhecido como professor Hermógenes, um dos principais divulgadores da ioga no Brasil.

Hermógenes escreveu mais de 30 livros sobre ioga e bem-estar, traduzidos em diversos idiomas. A causa da morte não foi divulgada. Como informou o RJTV, segundo a família, Hermógenes sofria do Mal de Parkinson há alguns anos.
Segundo a Agência Brasil, na década de 60, após um diagnóstico de tuberculose avançada aos 35 anos de idade, Hermógenes descobriu os benefícios da ioga para a saúde física e mental e daí em diante nunca mais parou de trabalhar na sua divulgação, chegando a realizar doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e a conquistar o título de Doutor Honoris Causa pela Open University for Complementary Medicine.

Hermógenes escreveu mais de 30 livros sobre ioga e bem-estar, traduzidos em diversas idiomas, dentre os quais se destacam Autoperfeição com Hatha Yoga e Yoga para Nervosos.

Em 1988, ele foi escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro em 2000 recebeu a Medalha Tiradente, conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelos benefícios à saúde que suas obras, imbuídas de seu espírito amoroso e sua visão espirtitual sincretista, trouxeram para os brasileiros. Fonte: Globo G1.

13 de março de 2015

Morre o escritor Terry Pratchett, aos 66 anos

Autor de mais de 70 livros de fantasia sofria de atrofia cortical posterior, uma variação do Mal de Alzheimer

Terry Pratchett na New York Comic Con, em 2012 - © Luigi Novi 
12/03/2015 - RIO — O autor de livros de fantasia Terry Pratchett morreu, nesta quinta-feira, aos 66 anos, após uma longa batalha contra a atrofia cortical posterior, uma variação do Mal de Alzheimer.

O anúncio da morte foi feito pela conta oficial do escritor no Twitter, em três publicações que simulavam a narração de uma história. A primeira foi digitada em caixa alta, uma marca registrada do autor quando o personagem da Morte tinha a fala.

"FINALMENTE, SIR TERRY, TEREMOS QUE CAMINHAR JUNTOS. Terry pegou os braços da Morte e a seguiu através da porta em direção ao deserto negro sob a noite sem fim. Fim", diz a sequência de mensagens, em tradução livre.

Assim que a notícia foi divulgada, na manhã desta quinta-feira, o site oficial do escritor saiu do ar, por conta do grande número de fãs tentando acessá-lo.

"Terry morreu em casa, com o gato dormindo em sua cama e cercado pela família, no dia 12 de março de 2015", informou a editora Transworld, em nota oficial. "Diagnosticado com o Mal de Alzheimer em 2007, ele lutou contra doença com sua marcante determinação e criatividade e continuou a escrever."

Nascido na cidade de Beaconsfield, ele publicou sua primeira história aos 13 anos e, posteriormente, trabalhou como jornalista no jornal inglês "Bucks Free Press". Seu primeiro romance, chamado de "The carpet people", foi publicado em 1971.

Pratchett era mais conhecido pela série "Discworld", iniciada em 1983 com "A cor da magia" e que teve 40 volumes publicados em mais de 25 idiomas, entre eles o português. Mas, em toda a carreira, escreveu mais de 70 livros, que, somados, venderam 85 milhões de cópias.

"O mundo perdeu uma de suas mentes mais brilhantes. Terry enriqueceu o planeta como poucos antes dele conseguiram", disse Larry Finlay, diretor da Transworld.

Ele foi diagnosticado com Alzheimer em 2007, mas seguiu na ativa. Ainda assim, era um defensor aberto da eutanásia.

"Acredito que deveria ser permitido a uma pessoa que sofre de uma doença séria e em última instância fatal escolher partir de forma tranquila com ajuda médica ao invés de sofrer", declarou em 2011.

No mesmo ano, ele narrou o documentário "Terry Pratchett: Choosing to die", sobre Peter Smedley, um homem de 71 anos que sofria de uma doença neuronal e cometeu suicídio assistido numa clínica suíça.

Além disso, Pratchett fez uma generosa doação pública para um fundo de pesquisas sobre o Mal de Alzheimer e participou de um programa do canal de TV "BBC", onde narrou suas experiências com a doença, que ele chamava de "um aborrecimento".

No ano passado, Pratchett foi forçado a cancelar uma participação na Convenção Internacional do Discworld por conta do avanço de sua condição.

Pratchett terminou de escrever seu último livro, mais um volume da série "Discworld", em meados do ano passado.

O autor deixa a mulher, Lyn, e uma filha, Rhianna. Fonte: Globo G1.
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QUINTA, 12/03/2015 - O escritor britânico Terry Pratchett morreu hoje aos 66 anos. Ele escreveu mais de 70 livros de fantasia e sofria de atrofia cortical posterior, uma variação do Mal de Parkinson. Em 2007, Pratchett também foi diagnosticado com Alzheimer. Ele havia concluído seu livro mais recente, um volume da série 'Discworld', no ano passado. Fonte: CBN.

11 de março de 2015

Homenageado com mostra, Paulo José faz duras críticas ao cinema brasileiro

Ator, que ganha retrospectiva no Rio, compara a produção nacional a uma 'horta devastada'

10/03/2015 - RIO - Há 15 anos, ao subir ao palco do Palácio dos Festivais, em Gramado, para receber o prêmio pelo conjunto da obra, Paulo José disse a frase que se tornaria uma de suas mais célebres: “Nós fazemos o melhor cinema brasileiro do mundo”. Hoje, se pudesse, faria um discurso diferente.

— Penso, com pessimismo, que o cinema brasileiro continua a fazer o pior cinema brasileiro do mundo — escreve num e-mail o gaúcho de Lavras do Sul, com a ajuda do enteado Tiago Rios (Paulo sofre do Mal de Parkinson desde 1992), um dos curadores da mostra “Paulo José: Meio século de cinema”, em cartaz na Caixa Cultural a partir de terça.

Aos 77 anos, o ator compara a atual produção nacional a uma “horta devastada, muita terra e dois pés de mandioca”. Ao lembrar de seu extenso currículo, que abrange mais de 90 trabalhos entre a televisão e o cinema, fala com carinho dos personagens batizados pela literatura (“Esta, sim, segue fazendo os melhores personagens brasileiros”), como o defunto Quincas Berro D’água (do longa homônimo de 2010), o patriota Policarpo Quaresma (1998) e o herói sem caráter Macunaíma (1969).

— Estou há 50 anos nesse ofício. Fiz filmes muito melhores do que os de agora. Parece que os diretores descobriram o macete de transformar um roteiro incipiente num filme medíocre, uma história banal conduzida por personagens igualmente banais. Há uma mistura ótima para o sucesso: atores e atrizes da TV fazendo caretas nas cenas de riso, vertendo lágrimas nas de emoção — dispara. — A indigência aumenta quanto mais se quer captar uns trocados da Lei Rouanet. Não é um cinema honesto. Falo de um modo geral. Ainda há quem faça cinema por necessidade de expressão, mas são poucos.

A avaliação negativa talvez se torne particularmente frustrante vindo de alguém que sempre admitiu ter se sentido um ator pleno apenas no cinema. Quando morava em Bagé, muito antes de fazer seu primeiro filme, “O padre e a moça” (1966), de Joaquim Pedro de Andrade, Paulo já romantizava as imagens em movimento e a arquitetura das salas de projeção, a pipoca na porta, o tapete vermelho e os balaústres dourados, o gongo e o apagar das luzes — e algumas vezes o próprio filme. Fazia fichas técnicas de tudo a que assistia na adolescência, mas não lhe passava pela cabeça estar na frente das câmeras.
Atuava em grupos de teatro, muitas vezes de forma amadora. Nesses grupos, fazia de tudo: colava cartazes, cuidava dos guarda-roupas e até auxiliava na construção de casas de espetáculos. Além de ator, trabalhava como cenógrafo, produtor, assistente de direção e administrador. Não à toa, a velha casa em Porto Alegre que ajudou a transformar ganhou o nome de Teatro de Equipe. Mas o cinema, para ele, continuava intocável. Até receber o convite de Joaquim Pedro de Andrade:
‘Parece que os diretores descobriram o macete de transformar um roteiro incipiente num filme medíocre, uma história banal conduzida por personagens igualmente banais’

— Lá, o diretor de fotografia fotografava, o cenógrafo cenografava, o figurinista figurinava. Os atores nada tinham a fazer enquanto a equipe de luz iluminava o cenário. Podiam ficar ociosos nesse limbo que é o intervalo de filmagem. Foi aí que eu vi que só precisavam de mim como ator, e decidi transformar minha representação em vivência: eu seria o padre por fora e por dentro, em todas as horas do dia e da noite. Não era um zumbi, desligado do real, mas um ator que se desdobrava em dois e saboreava essa duplicidade sendo uma pessoa e um personagem. Aonde eu fosse, o personagem ia comigo. Muitas vezes me perguntam se não quero dirigir cinema. Respondo que sou apenas ator de cinema, este é o meu prazer secreto.

Desde então, o trabalho de Paulo José no cinema e na televisão se manteve incessante ao longo de cinco décadas, mesmo após o diagnóstico de Parkinson. O ritmo só diminuiu nos últimos anos. Seu último trabalho na tela grande foi em “O palhaço” (2011), de Selton Mello. No ano passado, fez uma participação na novela “Em família”, no papel de Benjamin, um homem que sofria da mesma doença. Paulo não detalha como se sente em relação à saúde, mas se mantém ativo: atualmente reedita programas e seriados que fez na TV Globo, quando era diretor. Também se prepara para lançar o livro “Cadernos das oficinas de direção”, sobre os workshops que ministrou na emissora para diretores e assistentes de direção.

COTA DE TELA É “UMA BOA”
E não deixa de acompanhar as políticas voltadas para o audiovisual. Acha a cota de tela (lei que obriga os cinemas a exibir uma quantidade mínima de filmes nacionais), por exemplo, “uma boa”. Acredita que o ministro da Cultura, Juca Ferreira, tem o senso de humor a seu favor, e exemplifica com a ocasião em que ele, referindo-se à “ex-muitas coisas” (nas palavras de Paulo) Marta Suplicy, disse ter levado uma “bolsada de Louis Vuitton”.

— Durante sua passagem pelo MinC, Juca foi alvo de críticas que o acusavam de intransigente e de não ouvir as reclamações da classe cinematográfica. Aqui entre nós, a classe reclama muito. Julga ameaçada a Lei Rouanet e todas as suas conquistas quando o ministro quer reduzir o limite de dedução do imposto (de 100% para 80%), mas quase não se discute que os outros 20% são disponibilizados para que o governo também possa financiar projetos. Somos muito incompreensivos com o patrocínio de empresas privadas e intransigentes com a presença do governo. Fonte: Globo G1.